Quando observo os que me rodeiam me aproximo mais da percepção do me conhecer e nessas horas de tranquilidade e até mesmo de nostalgia, valorizo o contexto de ser e estar, isto é, saber para onde olhar e onde vou estar pois essas lacunas são importantes para a sintonia de vida do sujeito. Valorizar essas questões enquanto caminhamos na vida já é meio caminho andado para o êxito, satisfação psíquica e física por consequência. Na Primavera, no Verão, no Outono e mesmo nos dias de sol dos Invernos frios, gelados, para quem vive num país com uma costa marítima como a nossa, dar um salto e ver as ondas é muito fácil, em especial nas cidades costeiras, como a minha.
Há quem resista e prefira ficar em casa, especialmente quando as temperaturas descem ou ameaça chover, mas basta um pequeno esforço para não ceder ao comodismo da televisão ou mesmo ao vício da Internet nas confortáveis quatro paredes! O saldo é de tal modo positivo que há fortes probabilidades de se ficar irremediavelmente apaixonado e habituado a essas incursões, solitárias ou acompanhadas, conforme o gosto de cada um ou a possibilidade no momento.
Diz quem sabe que as mais ricas conversas acontecem no decorrer de longos passeios em espaços abertos e sem hora marcada para regressar. Os grandes silêncios e a proximidade com a natureza são circunstancias que convidam às confidencias, ao desvendar de segredos e ao lavar de alma! À medida que se vão galgando metros de praia, cresce a vontade de partilha e cimenta-se a cumplicidade com o companheiro, o amigo, ou o namorado.
A energia é acrescida com a proximidade do mar!
Estava à caminhar perto de casa esses dias, e conversando comigo me questionei: Qual será o manda chuva no meu organismo? será quando fico resfriada por conta de um vírus ou bactéria ou por um momento de fraqueza emocional? O ovo veio da galinha ou vice versa!
Eu acredito que somos em primeira instância a mente simbólica e dela se desenvolve todos os outros mecanismos físicos, mas são duas constituições impossíveis de se separar, até porque seria o fim da vida do sujeito.
Mesmo que à olhar um sujeito que esteja em coma profundo e me transpareça a falta de esperança, eu sei que está em atividade cerebral, caso contrário os médicos anunciam a hora da morte. Essa é a indagação principal entre a medicina e a psicologia, enfim não existe uma verdade.
O mar é um contexto que meus olhos buscam para trazer-me toda inspiração, criatividade e reflexão. É o sol que me esquenta, como um abraço pois lá me apaixono e me sinto amada incondicionalmente.
Fica-se com a sensação de baterias recarregadas, que é transmitida pela energia das ondas que teimosamente insistem em descer e subir, como as suas marés, sejam altas ou basas, de uma beleza incomparável, os seus tons azuis, verdes ou cinzas, com a espuma branca linda dependendo do dia, tem uma beleza que nos deixa presos e com uma imensa vontade de o abraçar, ou até mesmo de entrar e deixar-nos levar pela corrente!
E quando apanho um pôr-do-sol?... uma estrada que se forma dourada e se estende até ao horizonte como não existe outra igual, e nas noites com luar? ..em que a lua espelha o seu brilho, noutra estrada, esta prateada, deixando-nos a sensação de que temos de voltar, é deslumbrante, e com a certeza de que nunca será igual à ultima vez, porque ele, o mar, é um pouco como alguns de nós, não tem dois dias iguais.
Partilho uma das minhas paixões, o mar, o nosso, e digo, vão lá mais vezes, não se acanhem, ele transmite além de energia positiva um bem estar que cativa, que dá saúde física e mental, e muito importante; - é muito bom ouvinte, sempre, com a particularidade que eu aprecio imenso nele, o de não repetir o que ouve... a ninguém!!!
Bom dia